I love beyond life

Oi meus amooores! Eu não prometi que voltava hoje? Então, aqui estou eu depois de duas provas. E como prometido vim postar um pouco mais do livro... Ainda estou parada no quesito ter novas ideias para ele, acho que as provas comeram o resto do meu cerebro, mas mesmo assim vou ficar postando aqui até quando der.

Desde que o avião decolara eu não consegui sentir outra coisa além de nostalgia, eu nunca havia entendido esse significado de nostalgia, segundo um site de significados nostalgia significa o estado de profunda tristeza causado pela falta de algo. É a sensação de saudade originada pela lembrança de um momento vivido no passado ou de pessoas que estão distantes, mas naquele momento eu não sabia se estava realmente sentindo isso, sabia, porém que queria ter vários déjà-vus - que pessoa em sã consciência deseja sentir uma sensação tão estranha como aquela? É eu era bem isso.
De Flowers a Amsterdã levava umas três horas e lá eu iria fazer uma conexão de pelo menos seis longas horas. Eu estava animada com o fato de pisar na cidade que Anne Frank estivera durante a perseguição aos judeus praticada pelos países baixos. Eu já teria lido aquele livro centenas de vezes e cada leitura prolongada que eu exigia de si mesma aprendia um pouco mais.
Amsterdã é reconhecida por Anne Frank e o seu diário, como também por ser a quinta cidade mais rica da Europa, e por seus museus com fama internacional. Eu queria um dia poder passar férias longas ou até mesmo um inverno por lá.
Durante as seis horas presas aquele aeroporto comi algumas tortilhas e li mais um pouco do meu livro, estava admirada que mesmo com tantas partes riscadas eu ainda teria mais coisas para destacar em palavras tão sabias.
Lembrei-me de uma vez que conversava com o meu avô enquanto ele lia outro livro.
- Vovô?

- Sim querida - disse carinhosamente.
- Porque escolheu esse livro como presente do meu aniversário? - perguntei curiosa.
- Não gostou?
- Não é isso, na verdade foi o melhor presente.
- Que bom que gostou então, sei que foi simples mediante a tudo que lhe foi dado. Mas acho que o valor sentimental e de aprendizado que esse livro pode te passar vai te fazer ter lembranças memoráveis de mim.
E ele tinha razão, todas as vezes que lia lembrava-me o quanto meu avô era sábio, assim como o Antônio. E ele seria o maior motivo de estar lendo e relendo esse livro tantas vezes.
Meu avô morrera depois de um ano que eu completei quinze anos e do seu presente memorável, infelizmente apesar de todas as suas qualidades ele tinha o péssimo habito de se entregar a vícios, o cigarro e a bebida o tirou desse mundo.

Em noites de luar como no Natal, eu sempre olhava para as estrelas e me lembrava de que ele poderia estar em qualquer uma olhando por mim e torcia para que uma parte de mim se convencesse que isso era a realidade. Eu o amava assim como amava meu pai e sua partida foi muito difícil para mim.
Ele tinha uma bondade inexplicável, estava de prontidão a qualquer necessidade e apesar dos seus transtornos de personalidade - algo comum entre nós - quando me olhava estava sempre calmo. Os seus últimos dias de vida tinham sido difíceis para todos que viviam junto a ele, e sinto que ele levou um pouco da essência que existia naquela casa clara e construída desde a fundação de Flowers.
Trazer a lembrança do meu avô em plena viagem me fez querer mudar de ideia e voltar para Flowers, mas eu sei que de onde ele estivesse estaria comigo.
Um pouco antes de falecer ele me deu um relicário com uma foto nossa, eu ainda era pequena em um dia ensolarado junto a ele. Eu o olhava com uma esperança absurda enquanto ele afagava meus cabelos loiros com carinho. Sempre que olhava aquela foto tinha duas impressões: ”porque meu cabelo mudou de cor?” ”onde está sua mão áspera e doce para afagar meus cabelos castanhos agora?”.
A morte é uma coisa inevitável assim como o sofrimento que temos quando ela resolve acontecer, é repentino e acaba desfigurando algumas coisas.

Estava mais uma vez de frente a um dos ensinamentos de Antônio a Osvaldo ”Meu filho, quando a tempestade vem, nos assustamos com sua violência. Raios cortam o ar, arrancando galhos das árvores. As plantas feridas, sem folhas, resistem como podem. Quando passa algumas estão vergadas pelo vento forte; outras, tendo seus galhos arrancados, exibem suas feridas. Mas sua passagem deixa tudo limpo, o ar fica mais leve e algum tempo depois as feridas cicatrizam, as plantas se cobrem de verde novamente. Então entendemos que tudo aconteceu para o melhor. ’’
Ainda tinha algumas horas de voo até chegar ao meu tão sonhado destino, adormeci e acordei com uma senhora batendo no meu braço, sua voz era doce e se assemelhava com a da minha vó.
- Querida levante-se um minuto, você está tendo dificuldades para respirar? - sua pergunta tinha o som de preocupação.
Estava tão cansada que nem se quer me lembrei dos meus remédios para a sinusite. Eu tinha todos os tipos de ”ite” sinusite, renite e tomava remédios para dormir e respirar melhor.
Acordei-me assustada e olhei para aquele rosto pálido, cheio de ruguinhas e senti vontade de me deitar em seu colo, mas percebi que estava causando incômodo nas pessoas do avião e decidi não dormir mais.
Olhei para os lados e todos estavam com as luzes apagadas, e eu não seria aquele passageiro ”estraga prazer” que acende a luz porque só se importa com o seu próprio umbigo.
Ao invés disso decidi olhar pela janela do avião, tudo estava escuro e eu não via nada, apenas a escuridão e imensidão que o avião enfrentava. Imaginei se seria assim que um cego imaginava a vida - me achei um pouco egoísta, mas continuei com os meus pensamentos - tudo era uma imensidão escura, que eu poderia inventar o que quisesse. Se as pessoas que descrevessem um pássaro eu poderia pintá-lo da cor que quisesse e imaginar tudo ao seu redor conforme meu gosto. E fiquei por vários minutos olhando o céu escuro e imaginando montanhas, pessoas voando, pássaros brincando e até imaginei o Wall-e junto com Eva rodopiando e dançando Passenger.
Consegui dormir um pouco mais e dessa vez tomei cuidado para que minha respiração fosse compassada e eu não incomodasse mais ninguém.
Quando o avião aterrissou, resolvi ligar para os meus pais e informar que estava tudo bem, até que enfim teria chegado a Nameless.
- Bom dia papai.
- Filha esperava um telefonema desde ontem! - disse animado por ouvir minha voz.
- Não se preocupe eu estou bem, só estava um pouco cansada da viagem e não me lembrei de ligar.
- Já se esqueceu da gente assim tão fácil?
- Claro que não papai. Na verdade liguei para saber onde fica o meu apartamento. - disse mudando de assunto.
- Sim, claro. Já havia me esquecido disso. - disse com tom de ironia.
- Vamos papai, chega de mistérios, estou cansada.
- Tudo bem curiosa peça para irem ao bairro Chandler, bloco dois. O seu apartamento estará no prédio principal e o numero dele é 522. Boa sorte e espero que goste.
Enquanto anotava disse:
- Não tenho duvidas que irei amar, fala pra mamãe que amo ela e também te amo!
- Te amamos filha. - ouvi a voz da minha mãe em coro com a do papai.
Depois de passar todas as recomendações ao taxista cheguei ao prédio principal do bloco dois como papai havia dito. O prédio era incrivelmente grande e espetacular, meu pai havia caprichado em cada detalhe. Não era classificado como um prédio moderno, ao invés disso era clássico; sua entrada tinha flores amarelas e rosas - na minha opinião combinação perfeita - mais precisamente alamanas amarelas e cravos rosas que perfumavam toda a área à vista. Ao entrar pela porta de vidro preta fui até a recepcionista, o pátio era enorme e todos os empregados estavam bem vestidos e aptos a serem extremamente educados e receptivos. Quando cheguei à recepção fui recebida com um sorriso encantador de uma mulher alta com cabelos bem claros e dentes perfeitamente retos e brancos, era tão linda que me perguntei de o porquê não está em uma empresa de modelos.


Então meus amores, eu vou ficando por aqui e até amanhã! Lembrando que teremos mais um especial e eu vou pra Fortalezaaa! Prometo que conto tudo quando chegar, rs. Beijooos.

Viviane Mello

1 comentários:

  1. Muito bacana a forma como escreve, muito criativa! Acharia legal você colocar tipo organizar, colocando em que parte que tá pra gente situar. Cheguei agora por aqui, e acho que ficaria mais fácil da gente achar os outros, sei lá. Só uma opinião. Um dia escrevo um livro auhsaush'
    Quiser dar uma passadinha depois, fica a vontade. http://justonemoreoflove.blogspot.com.br/
    http://teoremadasestrellas.blogspot.com.br/
    Ah, e espero que curta bastante minha cidade! haha' :*

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